Implante Coclear para perda auditiva em crianças
Implante Coclear em crianças

Implante Coclear para perda auditiva em crianças

Seu filho foi diagnosticado com perda auditiva? Hoje eu vou falar um pouquinho sobre uma alternativa cirúrgica para a criança com esse diagnóstico. Existem diversas causas que resultam na lesão das células auditivas, como: trauma craniencefálico, doenças genéticas, drogas ototóxicas, ruído intenso, surdez súbita, labirintite infecciosa, viral, meningite, rubéola, icterícia neonatal e outras.

Para facilitar o entendimento, precisamos saber que a cóclea compõe uma parte do nosso ouvido interno, localizado no osso temporal, e é responsável pela função auditiva. O implante coclear é uma prótese eletrônica introduzida através de uma cirurgia na orelha interna. Diferente da prótese auditiva convencional, o implante é capaz de captar a onda sonora e transformá-la em impulso elétrico estimulando diretamente o nervo coclear.

O implante coclear propaga de maneira eficaz a informação da compreensão de intensidade e de frequência enviadas ao cérebro. Os elementos que compõem o implante são: microfone, processador de sinal, sistema de transmissão, eletrodo único ou múltiplos. É inserido na cóclea um conjunto de eletrodos, fazendo com que diferentes fibras do nervo auditivo sejam estimulados, dependendo da frequência e do sinal, e em diferentes locais.

Para estar apto ao implante coclear, o paciente deve apresentar perda auditiva sensorioneural, severa ou profunda e bilateral, critérios esses devidamente diagnosticados pelo profissional para atestar se o paciente se encaixa nos critérios audiológicos correspondentes. É importante destacar que a flexibilidade auditiva tem seu maior grau atingido com 1 ano de vida, e devido á esse fator é que a indicação de cirurgia em crianças ocorra abaixo dos 12 meses.

Simplificando, para a implantação coclear pediátrica ser realizada, é preciso que alguns critérios sejam atendidos, sendo eles:

• idade mínima de 12 meses, exceto em casos provados de ossificação coclear;

 • perda auditiva sensorioneural bilateral severa a profunda;

 • benefício do implante maior que o esperado por outros recursos;

• nenhuma contraindicação clínica para anestesia geral;

• apoio familiar, motivação e expectativas adequadas;

• suporte de reabilitação para o desenvolvimento de linguagem oral, fala e audição.

Logo que o implante é ativado, uma variedade de sons é passada para o paciente, incluindo os da fala, que no início são compreendidos com certa distorção, fora do alcance de sua familiarização. É um verdadeiro processo de adaptação e aprendizagem com os sinais do implante, requisitando tempo e prática, principalmente para aqueles que nunca ouviram ou não ouvem há muito tempo.

Ao receber os impulsos elétricos, o cérebro vai aprendendo pouco a pouco os significados sonoros, compreendendo falas e naturalizando os sons, que ficam mais naturais. O retorno à clínica de reabilitação é essencial para sessões de treinamento com o fonoaudiólogo, para ter um resultado satisfatório na performance, visando desenvolver audição e leitura de fala. Quanto mais precoce for a idade da criança, maiores são as chances de atingir o máximo sucesso do implante coclear. Outro fator que influencia positivamente é a participação da criança em uma forte terapia auditiva, com apoio na oralidade e centrada na família. Nesse caso, a percepção da fala e o desenvolvimento da linguagem são atingidos com mais facilidade. Vale a pena considerar essa opção.

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drasimonelemos

Dra. Simone Lemos é otorrinolaringologista e dedica-se ao atendimento de crianças e adolescentes na cidade de Belo Horizonte – Minas Gerais.